ANDO A NOITE EM CLARO 12e5j

Por Eriberto Henrique
12/02/2018 05:52
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Procuro os versos que se esconderam de mim.

Procuro as notas de uma canção que ousei compor, em minhas próprias ilusões.

Procuro os sonhos que já sonhei,

E as estrelas caídas que um dia eu vi no quintal.

 

Muitos pensamentos se cruzam na mente.

Ideias se perdem nas esquinas,

Olhando a vida silenciosamente mudar de contraste,

Olhando a vida mudar de configuração,

Mudar de razão,

Como os versos perdidos,

Que precisam ser reescritos pelo poeta.

O quieto poeta,

Catando retalhos em meio as imagens.

 

Ah se a vida fosse justa!

Mas será que ela não é justa o bastante?

Quem somos nós para falar de justiça,

Quando no fundo assumimos o papel da promotoria em nossos próprios julgamentos?

ando noites em claro,

Virando de um lado para o outro da cama,

Brigando com nossos travesseiros,

Para acordar pela manhã e seguir em frente,

Mesmo com dores no corpo e os ombros cansados.

 

Ah se a vida fosse justa!

Talvez eu não estivesse aqui procurando versos,

Talvez essas palavras não fizessem tanto sentido quanto fazem agora,

Porque uma dor sentida nunca é assimilada no momento,

Porque uma árvore demora o tempo preciso para dar frutos,

E um poeta precisa de poesia para viver.

 

Talvez eu não esteja procurando nada,

Talvez eu esteja apenas olhando a rua, para ar o tempo;

Seguindo o curso do rio,

Com meu casaco surrado e minhas mãos nos bolsos,

Chutando pequenas pedras no chão, como um menino que já cresceu,

Carregando os pesados sonhos de criança.

 

 

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