Não é só sobre chocolate 144h5y

A Páscoa é muito mais do que ovos de chocolate — ela carrega um simbolismo profundo. A data percorre um caminho que começa na dor da Sexta-feira Santa, a pelo silêncio do Sábado de Aleluia e chega à luz e esperança do Domingo da Ressurreição. Para muitos, essa jornada representa também o percurso da vida humana, com suas dores, crises e, principalmente, as transformações que nos moldam. 334h68

O psicólogo Luti Christóforo vê esse trajeto como uma chance de olhar para dentro. “É uma oportunidade de renovação interior, de refletir sobre quem somos e o que queremos transformar”, diz ele.

A Sexta-feira Santa, ao lembrar o sofrimento de Cristo, nos conecta com nossas próprias dores — perdas, lutos, fracassos, solidão. Segundo Christóforo, não dá para superar algo que se recusa a sentir. “A psicologia mostra que não existe superação sem viver a dor. Quando a reprimimos, só se prolonga o sofrimento”, explica. Para ele, aceitar a dor e buscar ajuda são os fundamentais para a cura e a transformação pessoal.

Já o Sábado de Aleluia simboliza aquele tempo de espera entre o fim e o recomeço — algo bem familiar para quem já enfrentou momentos de incerteza. “É como um ‘sábado existencial’, quando tudo parece parado e não se sabe o que vem pela frente”, afirma o psicólogo. Ele destaca que, como nos ensina o estoicismo, é preciso aprender a aceitar o que não está no nosso controle. “Cultivar serenidade e agir com consciência, mesmo quando o futuro é incerto, faz toda a diferença.”

E então chega o Domingo da Ressurreição, que representa o renascimento e a esperança. Para Christóforo, esse momento mostra que é possível se transformar depois de uma crise. “Quando atravessamos a dor com coragem, podemos sair do outro lado mais conscientes, resilientes e humanos.”

E ele vai além: a Páscoa também é um convite coletivo. “Ela nos chama a repensar nosso papel no mundo, a agir com mais amor, perdão e solidariedade”, conclui.

Serviço: Luti Christóforo - Psicólogo Clínico

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